Todos Temos Ansiedade!

O stress e a ansiedade foram cruciais para a sobrevivência dos nossos antepassados. Mas estão hoje desajustados dos desafios da vida contemporânea, como nos mostra o psiquiatra Gustavo Jesus. Imagine-se a passear numa rua escura e isolada. De repente, ouve alguém a aproximar-se… O seu coração acelera, a respiração fica mais rápida, sente as mãos frias e suadas. Já está prestes a fugir, olha para trás… mas é apenas uma das suas vizinhas a fazer jogging. O medo que sentiu, e que desencadeou uma série de reações físicas, é absolutamente natural. Durante perto de 300 mil anos, os nossos antepassados reagiram da mesma maneira a ameaças (como predadores) que punham em causa a sua sobrevivência. Essa resposta aos perigos foi transmitida de geração em geração até hoje. O mesmo se passou com a ansiedade e com a depressão, que também desempenharam um papel na nossa evolução enquanto espécie. Acontece que os tempos mudaram. E é notório agora o desajuste entre o modo como fomos “programados” em termos de ADN e as exigências da vida contemporânea. Um simples exame de Matemática ou uma fila no trânsito são por vezes percebidos como uma ameaça (predadores!) e podem desencadear respostas excessivas (como ataques de pânico). E este stress e ansiedade, quando se tornam crónicos, podem dar origem a problemas mais graves. Em 300 Mil Anos de Ansiedade, o psiquiatra Gustavo Jesus explica-nos porque ainda hoje temos stress, ansiedade e depressão. Fala-nos dos fatores ambientais e genéticos por detrás das perturbações psicológicas, do papel das hormonas, do funcionamento do cérebro, dos tratamentos possíveis, da farmacologia e até do papel da atividade física e da alimentação. Ao percebermos melhor a ciência que explica as perturbações psicológicas, podemos encará-las com outra naturalidade e mais facilmente perceber quando precisamos de pedir ajuda – ou quando é preciso ajudar alguém que nos é próximo.